Comunicações aprovadas para a Jornada de Pesquisa 2013
Arte-educação
Oficinas com livros que exploram a
sensorialidade: investigando a experiência com crianças
Camila Feltre
Mestranda em Arte-educação, IA-UNESP
RESUMO:A
pesquisa se desenvolve em torno de um projeto de oficinas que investiga o que as
experiências de crianças com livros que exploram a sensorialidade provocam
nelas enquanto leitor, produtor e fruidor.
Realizadas em espaços públicos e privados, alguns com relação com livros e
outros não, as oficinas proporcionam o contato dos participantes com livros que
apresentam em sua materialidade estímulos para a fruição por meio do visual, da
manipulação e do tato. Utilizo livros de diversos artistas e autores, tendo como
referência Bruno Munari. Nos encontros, as crianças juntamente com os
responsáveis, participam de atividades envolvendo leitura, criação e
contextualização. Desta forma, busco o que as experiências com os livros
que exploram a sensorialidade provocam nas crianças, levando em conta o
processo desenvolvido nas oficinas e os resultados das criações. Utilizo como
recursos para a observação a filmagem, a fotografia e a observação direta. Esse
material pretende captar descobertas, interpretações e pensamentos por meio de
comportamentos, reações, comentários e diálogos. A minha experiência também é
objeto de reflexão a partir das filmagens e de anotações realizadas em um
diário de campo. As produções de livros são registradas para análise e reflexão
sobre a vivência.
Palavras-chave: Oficinas Educativas. Livro. Sensorialidade.
A importância da formação estética para o educador
da infância
Mara Lúcia Finocchiaro da
Silva
Mestranda em Arte-educação, IA-UNESP
RESUMO: Em 2009, atuando como orientadora pedagógica, programei os encontros
formativos com os gestores municipais de cinco escolas de Educação Infantil de
São Bernardo do Campo, definindo o plano de trabalho com o objetivo de cultivar
práticas mais sensíveis com os educadores da infância. Este relato narra a
experiência que despertou o desejo de provocar mudanças nas percepções e ações
dos educadores junto às crianças pequenas, afetando também a sensibilidade dos
formadores de educadores. Concordando com Ostetto (2010) introduzimos os
questionamentos: de onde e como vem a sensibilidade? Ela é cultivada,
construída, provocada, estimulada, formada? É possível educar para a
sensibilidade? Perguntamo-nos se a formação favoreceria uma postura crítica
para assegurar a infância e seus direitos, como o de ter uma escola que
oferecesse a vivência cultural, favorecesse a autonomia, o prazer e a
alegria. Pensando quais conhecimentos
seriam necessários a este educador e revisitando as concepções de infância,
percebemos a criança ocupando uma posição de menos valia. Seria necessária a problematização das
práticas escolares para ressignificar o lugar delas no projeto educacional e
isto implicava desconstrução, mexer no intocável, no cristalizado. O educador teria que ver o mundo com outros
olhos, para poder ensinar as crianças a verem e a sentirem as coisas do mundo.
Após vivenciar situações estéticas com os próprios formadores, defendemos a
ideia de que o educador precisa ser alimentado com várias linguagens
expressivas para que possa iniciar a criança na leitura do mundo e introduzi-la
às alegrias culturais. Para isso, precisa ter a sua percepção aguçada ampliando
suas vivências estéticas e artísticas nos espaços de formação.
Palavras-chave: Formação de Professores; Educação Estética; Sensibilidade
Jogos
teatrais como agregadores no processo ensino-aprendizagem e a autonomia crítica
do sujeito
Natalia Beloti Dias Camelo
Mestranda em Arte-educação, IA-UNESP
RESUMO:A pesquisa propõe apontar alternativas pedagógicas ao ensino, pesquisando alunos de uma turma do ensino médio da Escola Estadual “Caetano de Campos” localizada na região central de São Paulo, utilizando como proposta os jogos teatrais e investigando sua potência no desenvolvimento da autonomia crítica dos alunos verificando se tal prática teatral impacta na decisão pela permanência na instituição pública de ensino. A metodologia utilizada é a pesquisa-ação crítico colaborativa, objetivando promover e propor práticas que levem à reflexão e transformação do sujeito. No jogo a proposta é que o aluno construa uma autonomia na criação das cenas e um desapego aos comportamentos seriados e a tendência é que este comportamento se amplie para a vivência cotidiana, convidando-os a pensar que as contradições presentes na sociedade contemporânea só podem ser superadas no plano das relações sociais, políticas, econômicas e inter-humanas. O jogo teatral pode revelar importantes aspectos que refletem a sociedade, pois propõe uma interação dialética com os conflitos emergentes e cadentes. Quando o aluno joga, ele se coloca na situação lúdica de solucionar o problema. Argumentar é fundamental no processo de ensino/aprendizagem e faz parte do desenvolvimento do aluno crítico. Os jogos teatrais podem ser um catalisador emocional com potencialidades para desenvolver o indivíduo como ser autônomo. Nos jogos a realidade pode ser transformada em cena e esta vivência pode reverberar em seu modo de pensar e agir. A busca é investigar como os jogos teatrais possibilitam a expressão de valores de um grupo de alunos e como a partir desta explicação o jogo permite a transformação deste aluno em sujeito com pensamentos autônomos críticos?
Palavras-chave: Educação.
Jogos Teatrais. Autonomia Crítica.
Poéticas Combativas: Teatro da Oprimida e Feminismo
Negro
Alice Fonseca Nunes
Mestranda em Artes Cências, IA-UNESP
RESUMO:
Por intermédio do Projeto de Pesquisa intitulado “Poéticas Combativas: Teatro
da Oprimida e Feminismo Negro” objetiva-se refletir sobre as relações entre
teatro, gênero e raça, a partir de um experimento teatral na forma de um
laboratório, segundo as propostas do Teatro do Oprimido e aplicações da
História Oral. Além disso, pretende-se questionar se o que chamarei de Teatro
da Oprimida, baseado na obra do teatrólogo Augusto Boal, pode contribuir para a
emancipação das mulheres negras que participarão do processo teatral, em
âmbitos como o sexual, o político, educacional, de saúde pública, de mercado de
trabalho e de representação midiática. A História Oral será empregada para a
reunião e análise das experiências das participantes, estabelecendo o trânsito entre
teoria e prática. A análise bibliográfica, com vistas a compreender a atual
condição da mulher negra e o feminismo negro no Brasil, será complementada pela
pesquisa de campo com o grupo teatral Capulanas Cia de Arte Negra, destacando
seus procedimentos criativos. As reflexões convergirão com elementos
encontrados no laboratório de teatro com mulheres negras da cidade de São
Paulo, a partir das técnicas do Teatro da Oprimida. Trata-se, portanto, de
possibilitar o cotejo entre esta metodologia artístico-pedagógica e as ideias
do chamado feminismo negro no contexto nacional.
Palavras-chave:Teatro da Oprimida. Feminismo Negro.
Processos Criativos.
Eles não usam black-tie: imbricações entre o estético
e o político
Carlos Rogério Gonçalves da Silva
Mestrando em Artes, IA Unesp; Especialista em Artes,
IA-UNESP
RESUMO:
Há um consenso entre os críticos e teóricos teatrais sobre a relevância
dramatúrgica e histórica da peça Eles não usam black-tie, de
Gianfrancesco Guarnieri. O impacto de sua primeira encenação em 1958, tanto no
público quanto na crítica, abriu novas perspectivas para o teatro brasileiro.
Entre outras inovações, destacou como protagonista uma família carioca
operária, pobre e favelada, em meio às experiências político-estéticas do Teatro
de Arena, que teve lotação máxima, denotando sintonia entre a proposta do
autor, da companhia e o público. A partir da cuidadosa dissecção desse texto
teatral e emprestando parte do instrumental teórico ligado à análise do
discurso, teceremos em nossa comunicação os diálogos possíveis entre a produção
de Guarnieri e seu tempo, a incorporação dos elementos do teatro épico
brechtiano e a evolução de sua persona política, resultado dos
entrechoques com as diretrizes do PCB. Acreditamos que a maturidade política e
estética de Guarnieri foi conseguida a partir de uma relação dialética com tais
influências. A peça será analisada, portanto, em sua complexa relação com o
contexto histórico do Populismo, o que nos levará também a pensar as
articulações entre Teatro e História.
Palavras-chave: Guarnieri. PCB. Épico
brechtiano.
Don Ramón: vida e obra em produção da linguagem
circense
Daniel de Carvalho Lopes
Mestrando Programa de Pós-graduação do Instituto de
Artes da UNESP
Erminia Silva
Profa. Dra. voluntária no PPG IA-UNESP
RESUMO:
Este trabalho pretende oferecer visibilidade à trajetória da vida e obra de
Ramón Martin Ferroni, artista circense que atuou das décadas de 1930 a 1980 no
Brasil e em diversos países da América Latina, Caribe e Europa com os números
de ciclismo acrobático e antipodismo. Seu objetivo visa compreender a produção
da linguagem circense do período em que Ramón Ferroni atuou e a própria
constituição dele como um artista detentor de inúmeros saberes deste universo. Sua
trajetória revela o circo e suas artes como patrimônio artístico e cultural
fundamental na formação das diversas expressões artísticas na América Latina e,
em particular, no Brasil.
Palavras-chave: Linguagem circense. Produção
circense.Circo-família.
Cenografia brasileira dos anos 1960, um diálogo com a
produção das artes plásticas
Danielle Menezes de Brito Semple
Mestranda em Artes Cênicas, IA-UNESP
RESUMO:
O presente artigo parte das mais significativas cenografias brasileiras criadas
durante a década de 1960 e traça um paralelo entre elas e a produção plástica
mundial no mesmo período. A produção das artes plásticas reverberaram na
criação cenográfica do teatro brasileiro e colaboraram para o desenvolvimento
de questões e tensões voltadas para o surgimento de uma estética nacionalista.
Palavras-chave: Diálogo. Cenografia. Artes
Plásticas.
Ensaios
sobre a imagem: a cenografia e uma possível função imagética no teatro
contemporâneo
Elaine Cristina Maia Nascimento
Mestranda
em Artes Cênicas,UFBA
RESUMO: A cenografia, sua função e
significado vêm se transformando de forma significativa com o passar dos anos e
das teorias e práticas teatrais. A década de 80, com as artes de vanguarda
incentivaram uma quebra da função da cenografia em cena, de certa forma
anunciada pelo simbolismo, indo em direção oposta aos conceitos naturalistas e
realistas de cena. Ela não é vista mais como elemento de adorno ou
caracterização cronológica. Podemos supor que seria aí a gênese de um conceito
cenográfico baseado na imagem e sensação, trazido às últimas consequências com
a performanceart e a cena
contemporânea. A cenografia se configura hoje de forma muito mais complexa, até
mesmo em sua definição, até mesmo quando tratamos de espaços alternativos onde
a escolha do espaço se torna uma escolha da cenografia. Mas qual a função da
cenografia nesse tipo de teatro, onde o espaço se expande para além da caixa
cênica e a imagem passa a ser importante elemento da encenação? Analisando
obras de encenadores contemporâneos, como, por exemplo, Robert Wilson, até onde
a imagem é cenografia e até onde é encenação? Será que a cenografia se torna
responsável por essa criação de imagens dentro e fora da caixa cênica? Toda
imagem posta em cena pode ser considerada cenografia? São a partir dessas
questões que pretendo desenvolver um trabalho que aborde os conceitos
filosóficos de imagens trazidos por Bachelard e Ponty, contrapondo com a função
estética de uma cenografia característica do teatro contemporâneo. Para
entender essa função da imagem versus
cenografia nesse teatro, pretende-se, a princípio, analisar obras como as de
Lehamann, Renato Cohen e Robert Wilson, além de fazer uma análise do processo
histórico de transformação da cenografia.
Palavras-chave: não enviou
PRÁTICA ARTÍSTICA
CONTINUADA NA SITI COMPANY: REFLEXÕES
SOBRE TREINAMENTO E DIREÇÃO TEATRAL NA PERSPECTIVA DE ANNE BOGART
Fabiano
Lodi
RESUMO: Neste texto serão estabelecidas relações entre o
conceito de “treinamento” como uma prática específica que diz respeito ao
trabalho de ator/atriz e o discurso de Anne Bogart para a arte da direção
teatral na SITI Company. Nosso
intuito consiste em analisar a articulação do discurso de Bogart para a arte da
direção teatral, a partir de uma específica combinação de três distintas
técnicas de treinamento, tal como estabelecido na SITI Company. Levantamos, ainda, uma reflexão relacionada à
possibilidade de haver, nessa combinação de treinamentos, uma prática
específica que compreenda procedimentos próprios da arte da direção teatral.
Palavras-chave: Treinamento; Direção teatral; Teatro Contemporâneo
O corpo da dança negra contemporânea: diáspora e pluralidades cênicas entre Brasil e Estados Unidos
Fernando Marques Camargo Ferraz
Doutorando em Artes, IA-UNESP
RESUMO: A
seguinte comunicação visa expor o andamento de minha pesquisa de doutoramento
na área de Artes Cênicas, iniciada neste ano na linha de pesquisa: estética e
poéticas cênicas. O estudo visa examinar as dinâmicas e trânsitos existentes
entre a produção da dança negra norte-americana e a produção artística das
danças afro-brasileiras, a partir da análise da produção coreográfica e
práticas de ensino de artistas que realizaram intercâmbios entre os dois
países. Tem como foco a avaliação dos olhares sobre os conceitos de tradição
afro descendente desses coreógrafos e seus esforços no agenciamento de
elementos da cultura popular brasileira e de sua identidade negra em suas
criações. Deseja-se expor as principais hipóteses da pesquisa, os procedimentos
adotados pelo pesquisador para a análise da atuação de seus interlocutores,
assim como, ponderar sobre os desdobramentos da investigação.
Palavras-chave:
Dança Negra. Dança Afro-Brasileira.
Diáspora.
O aprendizado vem das tábuas... e de observá-las: a
bricolagem no processo de formação do artista cômico
Henrique Bezerra de Souza
Mestre em
Artes Cênicas,UFBA
RESUMO: Dificilmente se encontra uma instituição regular voltada para a formação
do ator que deseja trabalhar especificamente com a cena cômica. Exceto em
especificidades estéticas, como clowns e mímicos, entende-se
que a prática deste artista raramente é fruto de uma escola tradicional ou
formação acadêmica. Partindo destas afirmações, o presente artigo busca
apontar a importância da experiência prática na formação do ator cômico. Para
isso, inicia suas reflexões defendendo que, apesar desta aparente ausência de
formação clássica, não significa que tal artista não possua um repertório
técnico ou que trabalhe apenas com elementos subjetivos como “talento” ou “dom
natural”. Na realidade, parte-se do conceito de bricolagem de Levi-Strauss,
para demonstrar que o aprendizado do ator cômico pode ser fruto de uma
intrincada rede de intersecções e seleção de materiais apreendidos em suas
vivências práticas. A partir deste ponto, o artigo elenca apontamentos de
encenadores como Stanislavski, Grotowski, Eugenio Barba e Dario Fo para
analisar como tais reflexões podem influenciar o trabalho na cena cômica.
Palavras-chave: Comicidade. Teatro. Ator.
Expressividade do narrador: três narradores como campo
de estudo da transmissão da experiência
Juliana Ferreira Machado
Mestranda em Artes Cênicas, IA-UNESP
RESUMO:
A proposta é apresentar o meu projeto de mestrado, o qual venho realizando
desde o início de 2013, com entrevistas aos narradores pesquisados e
cumprimento dos créditos exigidos. A pesquisa a que me dedico, compreende o
estudo da expressividade de três pessoas que têm em sua forma de comunicação os
traços essenciais que caracterizam um narrador, na acepção de Walter Benjamim,
em seu texto O narrador (BENJAMIN, 1994). Esses traços característicos
dão ao narrador a plena faculdade de compartilhar uma experiência, de tal forma
que o fato de ver e ouvir este narrador também se configura como uma
experiência. Tomo por experiência aquilo que nos passa, que nos acontece e que
nos toca. Na etimologia da palavra reside a ideia de passagem, travessia e
perigo. O sujeito da experiência, segundo Jorge Larrosa (2002), é um sujeito
que se expõe, com tudo o que isso tem de vulnerabilidade e risco. Os três
narradores que compõem meu campo de pesquisa são: o Sr. Sebastião Biano, o mais
antigo integrante da Banda de Pífanos de Caruaru, residente em São Paulo, o Sr.
Inácio Lucindo da Silva, mestre de Cavalo Marinho e fundador do Cavalo Marinho
Estrela do Oriente, de Camutanga, PE e a Sra. Marilene Machado Paschoal,
cabeleireira há 40 anos, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Assim, este
projeto visa investigar a parceria entre narração e experiência como um
“espaço” para a construção de sentidos, tendo como base, sobretudo, o
pensamento de Walter Benjamim, Jorge Larrosa Buendía e Richard Baumann.
Enquanto contribuição para as pesquisas artísticas, tenho como objetivo mapear
a expressividade de personagens formados e atuantes na cultura brasileira.
Palavras-chave: Narração. Experiência. Tradição
Oral Brasileira.
A elaboração da pesquisa “A Cia. La Mínima e a
comicidade no espetáculo A Noite dos Palhaços Mudos”
Lilia Nemes Bastos
Mestre em Artes
RESUMO:
A pesquisa de mestrado “A Cia. La Mínima e a comicidade no espetáculo A
Noite dos Palhaços Mudos”, concluída em junho de 2013 sob orientação do
Prof. Dr. Mario Fernando Bolognesi, foi feita em meio a um processo de
aprendizado acerca do trabalho de pesquisa. A comunicação compartilha os
principais passos deste processo, abordando as transformações do projeto de
pesquisa, os impasses, a construção da metodologia e o desenho final da
pesquisa.
Palavras-chave: Metodologia de Pesquisa. Comicidade e Palhaço.
“Cida Almeida: do palhaço à palhaça”
Maria Silvia do Nascimento
Licencianda em Artes-Teatro, bolsista PIBIC-CNPq,
IA-UNESP.
RESUMO:
Na atualidade, são diversas as mulheres que desempenham a personagem palhaço
sob o gênero feminino. Porém, esta questão ainda causa polêmica entre artistas
e pesquisadores, já que as grandes referências nesse campo de atuação são
masculinas. Com a finalidade de contribuir para essa discussão, esta pesquisa
estudou o processo de concepção da personagem palhaço realizada pela artista
Cida Almeida. Objetivos: Estudo acerca da comicidade própria da personagem
palhaço/ Registro empírico da criação da personagem palhaço feita por Cida
Almeida (entrevistas, fotos, vídeos)/ Estudo crítico dos expedientes cômicos
empregados na atuação da artista Cida Almeida.
Palavras-chave: Palhaço. Mulher. Circo.
A
formação da Historiografia Teatral Brasileira (1888-1938): consonâncias e
dissonâncias
Rodrigo Morais Leite
Aluno
especial – Artes Cênicas, IA-UNESP
RESUMO: O
estudo disserta sobre uma parcela da historiografia literária e teatral
brasileira. Na primeira parte do trabalho, reservada apenas à historiografia literária,
foram examinados notadamente os seguintes autores e obras: Sílvio Romero (História
da Literatura Brasileira, de 1888), José Veríssimo (História da
Literatura Brasileira, de 1916) e Ronald de Carvalho (Pequena História
da Literatura Brasileira, de 1919). Tais historiadores, cada um à sua
maneira, teceram considerações relevantes a respeito da dramaturgia brasileira,
o que explica a inclusão deles em uma pesquisa como esta, que teve a pretensão
de abranger todos os elementos componentes do fenômeno teatral. Na segunda
parte, dedicada à historiografia do teatro propriamente dito, o foco da análise
recaiu sobre quatro autores e suas respectivas obras: Henrique Marinho (O
Theatro Brasileiro, de 1904), Múcio da Paixão (O Theatro no Brasil,
redigido em 1917 mas editado somente em 1936), Carlos Süssekind de Mendonça (História
do Teatro Brasileiro, de 1926) e Lafayette Silva (História do Teatro
Brasileiro, de 1938). Trata-se, em suma, de um trabalho de historiografia
comparada, com vistas a enfatizar certos aspectos marcantes das obras
supracitadas, como as fontes utilizadas, as teorias da história que conduziram
o pensamento de seus autores e a forma como eles se posicionaram em relação a
determinados temas (genealogia do teatro brasileiro, supostos períodos de
ascensão e decadência, divisões em períodos cronológicos etc.). O recorte
proposto, que vai de 1888 a 1938, procurou destacar a etapa considerada
formativa da historiografia teatral brasileira, anterior ao processo de
modernização vivenciado por ela em especial a partir dos anos sessenta do
século passado.
Palavras-chave: Historiografia Teatral Brasileira. História do Teatro. História da
Dramaturgia. Teoria Teatral. Filosofia da História.
Escolas de Circo: o ensino-aprendizado de palhaçaria e
suas diversas construções femininas
Sarah Monteath dos Santos
Mestranda em Artes Cênicas, IA-UNESP
RESUMO:
O presente trabalho visa entender como ocorreu o processo de construção
histórica da personagem palhaça a partir do ensino de palhaçaria nas Escolas de
Circo. Com o intuito de investigar este processo, a pesquisa se vale do diálogo
entre uma abordagem teórica e as fontes orais. A partir do panorama da
Revolução Russa, ocorrida na década de 1920, encontramos algumas pistas que
puderam contribuir para uma melhor compreensão desta construção e posterior
atuação feminina na palhaçaria. Naquele contexto vislumbrou-se, tanto uma
valorização social e política da personagem palhaço, quanto uma maior
participação feminina nos campos de trabalho antes destinados aos homens,
inclusive, no que se refere ao meio artístico. A partir do ensino da palhaçaria
nestas instituições, a busca feminina por esta atuação vislumbrou diversas
construções que diferem dos processos identificados em circos itinerantes e de
lona.
Palavras-chave: Palhaças. Escolas de Circo e Revolução Russa.
Artes Visuais
Poéticas da
Consciência – aspectos do trabalho de criação do performer no pós-moderno
Adriano Marcelo Cypriano
Doutorando,
ECA-USP
RESUMO:O estudo é introduzido por uma
breve discussão sobre o pós-moderno e por uma introdução às principais fontes e
correntes de pensamento para a apreensão dos principais conceitos operados para
a sustentação do trabalho. A pesquisa propõe possibilidades de abordagem para o
termo ‘consciência’, no estrito âmbito do trabalho de composição
cênico-teatral, considerado o momentum contemporâneo.
A volatilidade e a amplitude do termo consciência indica a relevância da
assunção centros relativamente fixos, apesar de frouxos, que matizem a discussão no campo da composição cênica. A
tese propõe um modelo tripartite, correspondendo a uma ‘estrutura frouxa’, para
uma suposta Consciência Cênica. A hipótese central preconizada fraciona a
consciência cênica em Autoexpressiva, Político-histórica e Místico-mítica; e a
cada uma correspondem aspectos intermediários e complementares. A estrutura em
tríade fornecida pelo estudo é alegoricamente construída a partir de um
horizonte de superparadigmas consagrados pelo pensamento humano. Entretanto, um
dos modelos eleitos como esteio para toda a investigação configura-se através
das quatro funções atribuídas por Joseph Campbell a uma mitologia operante, a
saber: função mística, função cosmológica, função sociológica e função
pedagógica. Assim, para que seja potente, um conjunto de mitos deve responder a
todas e a cada uma dessas áreas; tais funções, pormenorizadas na tese, sugerem
um conjunto de semelhança fractal, em
que as pequenas partes mimetizam o todo. Em sua estrutura geral a tese aponta
para a complexidade gerada a partir da fricção entre os eixos propostos e
eventuais territórios teóricos e poéticos emanados por estas fronteiras.
Palavras-chave:
não
enviou
Livro
de artista: um convite ao hibridismo
Alexandre Gomes Vilas Boas
Mestrando
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: A pesquisa analisa a produção do livro de artista na história recente das artes visuais, através de conceitos, definições e diferenças implícitas em seu processo de criação. O livro-objeto e as possibilidades poéticas surgidas através do emprego de materiais não convencionais, quando relacionados ao livro-poema, livro-alterado e outras formas de manifestação do objeto livro. O estudo avalia, ainda, a sua inserção gradativa junto às chamadas poéticas de resistência, tanto estéticas quanto políticas, surgidas durante os ditos anos de chumbo no Brasil, que se estenderam por décadas da segunda metade do século XX, constituindo um enorme e valioso arcabouço, com desdobramentos e reverberações ricas para o atual cenário contemporâneo. Para isto, buscou-se investigar, além das referências autorais já reconhecidas historicamente, também os processos de fatura através de trabalhos de autêntico potencial híbrido, surgidos da relação com o tridimensional (entre o livro de artista, a escultura e o objeto) através da experimentação e confecção de livros, incluindo os de autoria deste artista-pesquisador, investigando os diferentes procedimentos técnicos empregados em sua confecção, a partir do uso de matérias-primas não convencionais que impelem o artista a lançar-se sobre múltiplas linguagens. Espera-se, através destas proposições, em que se consideraram os diferentes aspectos, principalmente sob a égide da produção e da análise dos processos envolvidos, trazer contribuições para ampliar a compreensão do livro de artista como obra e o seu lugar nas Artes Plásticas, algo que nos parece essencial, tendo em vista a escassa bibliografia ainda existente sobre este assunto e, principalmente, quando avaliadas as reais necessidades de se entender em que, exatamente, as escolhas materiais e os procedimentos adotados em sua construção alteram ou são determinantes para a sua estética final como objeto na arte.
Palavras-chave: Hibridismo.Livro de artista. Processos.
O minimalismo e a experiência psicodélica
Aline Pires Luz
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Procuraremos estabelecer a
relação entre a fenomenologia da experiência psicodélica e as obras do
Minimalismo, através da análise feita por Georges Didi-Huberman em O que vemos, o que nos olha, onde há a
busca por revelar o “entre”, a aura secularizada residente nas obras
minimalistas que escapam à tautologia e à atitude de crença, geradora de
simbolismos fixos, dogmáticos. A experiência perceptiva e a fenomenologia são elementos
levantados pelo autor para demonstrar o surgimento do “entre”, a dimensão que
nos olha contida nas obras minimalistas. Essa experiência perceptiva encontra
pontos em comum com a experiência psicodélica, detalhada por Robert E. L.
Masters e Jean Houston no livro The
Varieties of the Psychedelic Experience. Uma das características estéticas
surgidas durante a experiência psicodélica que encontra similaridades com o
Minimalismo é a evidenciação das superfícies e da materialidade da cor,
alcançadas devido ao aguçamento da percepção visual e pela intenção gestáltica
contida nas obras minimalistas, o desejo de criar um objeto específico. Porém,
o objetivo minimalista para ser alcançado requer uma experiência não-ordinária.
A experiência psicodélica pode ainda promover a imersão nas qualidades do
objeto e as latências da visão através do mecanismo da pareidolia e da
deformação dos aspectos. Assim temos a possibilidade de escapar à tautologia.
Há ainda a relação entre as imagens eidéticas, que são presentações de
conteúdos mentais, de significação literal e não simbólica e o caráter
concreto, pretensamente tautológico do Minimalismo. A aura secularizada que nos
olha, materializada em vapor na obra de Robert Morris e embutida nos cubos
negros de Tony Smith, também está presente nos ganzfelds de James Turrell e na atenção dada à cor pelos
minimalistas da Califórnia. A experiência do ganzfeld tem a ver com a fascinação cromática que ocorre durante a
experiência psicodélica, que pode ser relacionada com a alienação da crença
criticada por Didi-Huberman.
Palavras-chave: Minimalismo. Experiência Psicodélica. Arte Contemporânea.
Relação
entre técnicas e estilo na produção cerâmica popular: um estudo a partir das
obras de Noemisa Batista e Ulisses Pereira Chaves
Camila da Costa Lima
Doutoranda em Artes
Visuais, IA-UNESP
Bolsista FAPESP
RESUMO:O estudo apresentado é recorte de uma
análise que contempla a Coleção reunida pela docente e pesquisadora Lalada
Dalglish, composta por cerâmicas do Brasil e de outros países. A coleção possui
exemplares realizados a partir de diferentes técnicas e com estilos também
variados, no entanto, durante o processo de identificação e catalogação de
algumas peças, já foi possível identificar elementos que serão apresentados. Este
trabalho tem como foco apresentar processos relacionados com a produção
cerâmica popular brasileira, de modo a traçar uma ligação entre as técnicas e
estilo. Nota-se que quando se trata de arte popular há uma forte relação com as
tradições locais, em muitos casos, o trabalho é feito por uma família, de um
mesmo modo, por diversas gerações, sendo preservadas tanto a fonte de trabalho
e renda, mas também se promove a cultura, os saberes e o desenvolvimento da
região. Através das obras de Noemisa Batista e Ulisses Pereira Chaves, ambos do
município de Caraí, região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, serão
traçadas relações de como o artista cria e interpreta a partir do local em que
vive e como este local também colabora na definição de características das
obras produzidas. Se nota uma forte interferência do meio em que o artista vive
sob a produção cerâmica, tanto como motivo inspirador para suas criações como
também no fornecimento de matéria-prima para as diferentes etapas envolvidas
até a concretização das peças. Seria outro local, olhar ou material e a obra
seria outra. Os artistas selecionados para este estudo absorveram em suas vidas
informações de um mesmo contexto social e geográfico, empregam em suas
produções técnicas cerâmicas muito parecidas, fazem uso de materiais
disponíveis em sua região, no entanto, possuem estilos distintos.
Palavras-chave: Cerâmica Popular
Brasileira. Técnicas. Estilos.
Processo de criação na fotografia: dispositivos e poéticas
Carolina Peres
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Apresentação do projeto de
pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Artes da Unesp. O
projeto inicia-se a partir da produção pessoal em fotografia, com imagens
produzidas com a câmera de celular. Tais fotografias servem como base para reflexão
do conceito de dispositivo fotográfico a partir das teorias de Villém Flusser e
Gilbert Simondon.
Palavras-chave: Fotografia.
Dispositivos Fotográficos. Processo Criativo.
Flash
Mob
Chan
Fang Lin
Mestre em Artes, IA-UNESP
RESUMO: Flash
Mob é uma expressão artística que contrasta com uma sociedade contemporânea :
previsível, burocrática e apática. É considerado um fenômeno relativamente recente e inusitado em um local urbanizado o
qual um grande grupo de pessoas marca um encontro em um determinado local e
horário, porém congregam um tema em comum, são convocados através do uso da tecnologia: redes sociais, mensagens de texto de telefones
celulares , e-mails, redes sociais ou até por listas de
comunidades da internet. . Os integrantes são geralmente não se conhecem, o
grupo ao se encontrar geralmente desempenha uma performance ou dança
caracterizados pelo tema da convocação, a
unidade do grupo é mantida através da dança ou dos personagens escolhidos como tema para a
performance. As aglomerações são praticamente instantâneas , da mesma rapidez que se reuniram se
dispersam esperando pelo próximo flash
mob.
Goze-gozo, o eu e o tu: organismo vivo,
ecossistramas, desejos, fluxos, invenção, projeção sígnica, cidade estética.
Poesia, Intervenção Urbana, Erotismo e Corpo
Daniele Gomes de Oliveira
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO:
Trata-se de um projeto que aborda relações com o corpo e a sexualidade.
Partimos das dificuldades de adequar a nossa proposta poética a um edital
institucional. Apresentamos a gênese de nossa ideia, e o desenvolvimento de uma
poética desenvolvida em colaboração, tentando solucionar questões de ordem
estética e institucional, para que o trabalho, e seus desdobramentos, se
realizem em instituições e intervenções poéticas na cidade de São Paulo.
Queremos, a partir de nossa proposta, e de sua viabilização, (ou não), discutir
as relações entre artista, instituição e público, assim como as relações entre
censura e autocensura, no que se refere a poéticas artísticas, e relações com o
próprio corpo. Queremos provocar reflexões sobre questões tão importantes, e,
ainda, sem respostas. Contribuímos para esta construção.
Palavras-chave: Arte Contemporânea. Intervenção Urbana.Corpo.
A pintura
ilusionista no estado de São Paulo: São Paulo, Itu e Mogi das Cruzes.
Danielle Manoel dos Santos Pereira
Grupo de
Pesquisa Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea –
IA-UNESP/CNPq
Doutoranda
em Artes Visuais, IA-UNESP, Bolsista FAPESP (2013-2016)
RESUMO: A pintura de perspectiva ou
ilusionista foi um dos métodos utilizados pelos artistas dos séculos XVI ao XIX
– no período do Renascimento ao Rococó – para envolver o espectador com a
arquitetura e a pintura chamada de trompe
l’oeil. Dessa forma, os pintores sacros, utilizando métodos desenvolvidos
pelos teóricos e tratadistas do ilusionismo pictórico, fantasiavam com aqueles
recursos, as abóbadas, ou os forros das construções sacras para que o espaço
celeste (visão) pudesse estar em comunhão direta com os ditames do Concílio de
Trento. Empregada nas pinturas europeias (efeitos perspécticos ou quadratura)
foi aqui implantada desde 1732 por Caetano da Costa Coelho (ativo no Rio de 1706
a 1749) no Rio de Janeiro e José Joaquim da Rocha (1737-1807) na Bahia, em
Minas Gerais a pintura de perspectiva atinge o ponto máximo com a obra de
Manuel da Costa Ataíde (1762-1830) - Mestre Ataíde. Logo, há no Brasil inúmeras
igrejas coloniais que possuem pinturas ilusionistas. Dentre as obras do Estado
de São Paulo, algumas merecem especial atenção por suas particularidades e
especificidade, são as pinturas situadas na cidade de São Paulo, Itu e Mogi das
Cruzes. Algo que não é recorrente na história da pintura paulista, o uso de
pinturas Ilusionistas, mas algumas igrejas, destas cidades em especial, são
detentoras de obras dessa categoria. Partindo dessa especificidade, a presente
pesquisa tem por objetivo averiguar nas fontes primárias as autorias das seis
pinturas ilusionistas localizadas nas igrejas coloniais das cidades, propostas
acima e, analisar seus múltiplos aspectos, em virtude da carência de estudos
sobre essas pinturas.
Palavras-chave: São Paulo.Igrejas Coloniais. Mogi
das Cruzes.
O cinema e a criação de mitos: cangaceiro e o
gaúcho, uma relação intercultural Brasil e Argentina
Debora Cristiane Silva e Sanchez
Aluno
especial – Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: A
pesquisa baseia-se no pressuposto de que o cinema contribuiu (e contribui),
amparado na literatura sobre o tema, para a criação do mito do sertanejo e do
gaúcho a partir da análise de filmes sobre o assunto, sempre comparando com a
literatura. Acredita-se que o cinema, muitas vezes a partir e /ou com ajuda da
literatura (no caso do sertanejo, a literatura de cordel também deve ser
considerada), colaborou para a formação dos mitos do cangaceiro e do gaúcho e
que fazem parte do imaginário e da identidade da cultura brasileira e argentina
principalmente em uma sociedade pós-moderna em que a necessidade de
diferenciar-se do outro é necessária e há uma relação intercultural entre eles
e esta é resultado da universalização das personagens a qual é dada pela forma
como é mostrada a maneira como eles sobrevivem e reagem à miséria vivida no
sertão, o caso do sertanejo, nos pampas, o gaúcho. Tal miséria é retratada pelo
cinema, tanto brasileiro quanto argentino reforçando características como o
apego à terra, a liberdade, o “ser fora-da-lei”, o bandido ora mostrado como
como justiceiro, ora como bandido social, expressão usada por Eric Hobsbawm em Bandidos para
definir os fora da lei que surgem em sociedades agrárias em transição para o
capitalismo. Além do exposto no parágrafo anterior, é possível perceber por
meio de uma análise cinematográfica e literária que tanto o gaúcho quanto o
sertanejo, são personagens bastante regionais caracterizados pela indumentária,
comida, costumes, moradia, música e dança etc. Assim sendo é possível
estabelecer uma relação intercultural entre eles e questionar a importância
disso em um momento histórico (globalização) no qual há a necessidade de
diferenciar-se do outro.
Palavras-chave: Sertão. Pampa e Cinema.
Memórias Coletivas
Deni Dias (Cladenir Dias de Lima)
Mestre em Artes Visuais, IA-UNESP
Mestre em Artes Visuais, IA-UNESP
Prof. Dr. Agnus Valente, PPG IA-UNESP
RESUMO: Na série Memórias
Coletivas será demonstrando todo processo de criação e produção das obras,
evidenciando suas influências, referências e leitura da obra. Além da
exploração das possibilidades de utilização do corpo como suporte e das novas
tecnologias, será abordada a questão da produção coletiva, tendo como
influência o método P.E.R.A. (percepção, expressão, reflexão e ação) de
Yoshiura (1982). As imagens desta série foram captadas e tratadas pelos novos
meios (fotografias digitais, scanners e computadores), durante todo o
processo novas possibilidades foram sendo criadas, buscando imagens fictícias
e/ou híbridas (PLAZA e TAVARES, 1998) estabelecendo uma interface que
aglutinasse um grupo de sujeitos à máquina. A qualidade dos recursos
tecnológicos colocou em evidência reflexões a respeito da criação artística e
do próprio artista–pesquisador como autor da obra. A estrutura produtiva
apresenta de certa forma aspectos de cunho coletivo e uma sinergia entre homem
e máquina, revelando uma “hibridação interformativa” segundo conceito de Valente
(2008).
Palavras-chave: Hibridismo. Vivências Coletivas. Corpo como suporte.
A descoberta da
pintura invisível de Jesuíno do Monte Carmelo na Igreja do Carmo de São Paulo:
marco na história da arte paulista
Eduardo TsutomuMurayama
Doutorando
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Esta comunicação apresenta o
processo de descoberta e restauro da “pintura invisível” do padre Jesuíno do
Monte Carmelo na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, em
contraposição às obras do artista que até então eram conhecidas, realizadas na
cidade de Itu. No início da década de 1940, enquanto preparava a biografia do
padre Jesuíno para o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN), o crítico de arte Mário de Andrade levantou a suspeita de que a
pintura visível naquele momento, na parte central do teto da nave paulistana,
poderia não ser de autoria do religioso. Surgiu, assim, a teoria da “pintura
invisível” do padre Jesuíno: a desconfiança de que a pintura original do
sacerdote ainda poderia existir intacta por baixo de outras camadas de pintura
acrescentadas posteriormente. Desse modo, a partir do tombamento pelo IPHAN e
depois de décadas oculta da vista do público, a composição “invisível” de
Jesuíno ressurgiu com a recente restauração coordenada pelo historiador Carlos
Cerqueira e revelou uma pintura de qualidade técnica e requinte estético sem
par na produção artística da capital naquele período. Análises e comparações
com outras obras do mesmo artista, como a pintura do teto da capela-mor da
Igreja do Carmo ituana e inclusive com o recente desvendamento das pinturas da
capela-mor da Igreja Matriz de Itu, justificam porque a composição paulistana
converteu-se no melhor trabalho do padre Jesuíno do Monte Carmelo e um marco
para a história da arte paulista.
Palavras-chave: Padre Jesuíno do Monte Carmelo.
Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Mário de Andrade.
Walter Silveira
– da poesia concreta à videoarte, um artista múltiplo
Eliana Lobo de Andrade
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Walter é um artista do vídeo que
captou a proposta dos poetas concretos e, tendo contato com o trabalho dos
primeiros videoartistas como Nam June Paik, Bill Viola e outros, cria
experiências estéticas que incorporam a invenção. Esta comunicação pretende
mostrar a trajetória de um artista, Walter Silveira, desde suas primeiras
atuações como expoente da videoarte nas década de 1970 e 80 até as obras
atuais.
Palavras-chave: Videoarte. Poesia Concreta. Tradução
Intersemiótica.
Manuscritos
culinários para a História da Alimentação
Eliane Morelli Abrahão
Doutoranda
em História Cultural,CLE-UNICAMP
RESUMO: Nesta comunicação apresento breve
comparação entre oito cadernos manuscritos de receitas, objetos de meu estudo
de doutorado sobre as práticas alimentares. Esses exemplares foram localizados
em arquivos pessoais de famílias residentes em Campinas, no período de
1860-1940. Os cadernos de receitas, remanescentes do constante manuseio, do
fogo e da gordura, encontram-se sob a guarda da Seção de Arquivos Históricos do
Centro de Memória da Unicamp. Esses
manuscritos culinários são o registro de uma escritura feminina que transpõe o
tempo cronológico e faz surgir um tempo histórico de uma sociedade com suas
transformações e permanências, descortinadas pelo caderno de saberes de Bárbara
do Amaral Camargo, pelas escolhas de Custódia Leopoldina de Oliveira e pela sociabilidade,
jantares cerimoniosos, provavelmente ofertados por Anna Henriqueta de
Albuquerque Pinheiro. Estas três senhoras, personagens e autoras dos cadernos
estudados, pertenciam às famílias da elite econômica, política e intelectual de
Campinas. Redes sociais essas eram mantidas e fortalecidas nos jantares, bailes
e chás oferecidos à sociedade. Nossas análises perpassam não apenas pelas
escolhas alimentares feitas por estas mulheres, mas também pelas questões da
sociabilidade, da comensalidade, materialidade e modos de vida das famílias
paulistas, com enfoque para a cidade de Campinas.
Palavras-chave: História da
Alimentação. Práticas Alimentares. Cultura Material
O barroco no cinema latino
americano: Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro (Brasil) e a Última ceia
(Cuba)
Fabio de Freitas Leal
Aluno
especial – Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Esta
dissertação pretende investigar as influências do barroco em duas produções
cinematográficas latino-americanas, a primeira é o filme Dragão da maldade
contra o santo guerreiro de Glauber Rocha e a segunda, La última cena (a última ceia), do diretor cubano Tomás Gutiérrez
Alea.Várias são as semelhanças entre as duas obras, a iniciar pelo teor
político e nacionalista que o Nuevo Cine Latinoamericano carrega,
porém o foco desta pesquisa é a presença do barroco e consequentemente da
narrativa religiosa. O barroco chega no Brasil e em Cuba quando este estilo já
havia entrado em declínio na Europa, porém foi muito importante no processo
introdutório do catolicismo nestes países e é principalmente nas manifestações
religiosas que sua presença se faz mais latente. No filme de Tomás Gutiérrez
Alea, toda a trama se desenvolve na semana santa. O nome do filme refere-se à
santa ceia, que é celebrada sempre na quinta-feira da semana que celebra a
paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. No filme Dragão da Maldade, Glauber
Rocha usa da iconografia católica para contar a história da conversão de
Antônio das Mortes (assassino de Corisco no filme Deus e o Diabo na terra do
sol, também do diretor Glauber Rocha), entre as cenas mais marcantes estão a
Pietà (protagonizada pela santa Barbara e o cangaceiro Coirana) e a
“crucificação” de Coirana. A pesquisa também analisará como o barroco, que
entrou em declínio há mais de um século, pôde influenciar dois dos diretores
mais importantes da América Latina.
Palavras-chave:
Barroco.Cinema. América Latina.
Por
uma estética do mundo percebido em Eliseu Visconti: uma leitura sobre as obras
do período de 1930 a 1944
Fabíola Cristina Alves
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: A partir da reflexão estética de
Merleau-Ponty que insere leituras sobre o universo sensível presente no fazer
artístico pela retomada do mundo percebido revelado aos nossos olhos pelos
fenômenos perceptivos das sensações das cores e das luzes, desenvolveremos uma
leitura estética sobre as pinturas que Eliseu Visconti produziu durante o
período de 1930 a 1944. As pinturas desse período foram produzidas na cidade de
Teresópolis no Rio de Janeiro, apresentando cenas cotidianas do universo
familiar de Eliseu Visconti e privilegiadas pelo cenário do quintal e da
vegetação natural. A nosso ver, o artista desenvolveu paisagens que revelam uma
fecunda relação entre a figura humana representada e a natureza. Se para
Merleau-Ponty a retomada do mundo percebido pela arte significava para o homem
moderno o reencontro indiviso entre o homem, a natureza e a expressão
artística, em outros termos, a retomada da percepção primordial que fora
considerada pelo filósofo um dos ensinamentos modernos apresentados para o
mundo cultural pela pintura de Cézanne, dos impressionistas e de outros
artistas modernos. E tendo como pressuposto a influência recebida por Eliseu
Visconti da chamada arte neoimpressionista durante sua passagem pela França
como pensionista do governo brasileiro da Primeira República e os outros
períodos que viajou a Europa até 1920 quando retorna definitivamente para o
Brasil, apresentamos uma leitura sobre as pinturas de Eliseu Visconti que
procuram destacar o tratamento do tema da paisagem como um mundo a ser percebido
mediante uma relação sensível e de correspondências existenciais entre o homem
e a natureza, que na nossa avaliação se desvela imanente nas últimas pinturas
do pintor.
Palavras-chave: Eliseu Visconti. Mundo
Percebido. Estética.
Estudos para inclusão de efeitos
visuais interativos em shows musicais
Fernanda Carolina Armando Duarte
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: O
artigo relata algumas experiências realizadas pelo Coletivo RE(C)organize em
relação à aplicação de efeitos visuais interativos em espetáculos musicais.
Estes estudos estão ligados à pesquisa de doutoramento da autora intitulada “A
INFLUÊNCIA DOS EFEITOS VISUAIS NA CONSTRUÇÃO NARRATIVA EM ESPETÁCULOS COM
PROJEÇÃO AO VIVO”, sob orientação da Prof. Dra. Rosangella Leote e se
desenvolvem a partir de dois trabalhos com objetivos distintos. Os estudos
iniciais estão relacionados à elaboração do projeto Sala das Paredes
Invisíveis, uma intervenção multimídia com a banda Aos Maníacos Símeis e a
colaboração da dupla de arquitetos Ivan Mazel e Nina Romero da empresa El
Cabrito. Os estudos mais recentes se dirigem à construção de um videoclipe da
música Take me Back to Planet Earth
da cantora Stela Campos, o qual se propõe a ser reproduzido tanto em uma versão
gravada para publicação em sites de vídeo como o Youtube e o Vimeo, quanto
em uma versão ao vivo nos shows da cantora.
Palavras-chave: Interatividade. Projeção. Efeitos Visuais.
Diagramas
Francine Cunha
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: As obras de Antonio Dias quando
despontaram na década de 1960 eram feitas de um aglomerado de formas e cores
vibrantes. As palavras que ali apareciam tinham uma qualidade formal e se
infiltravam no acúmulo de figuras. É este o primeiro momento em que as palavras
passaram a habitar as obras do artista. Depois, já em meados dos anos 1970, as
palavras, ainda sem perder a sua qualidade formal, começam a trazer também uma
carga conceitual que se mostrava à medida que o artista passava a pensar mais
nas propriedades significantes do material ao invés de pensar figuras. É nesta
fase que as cores vibrantes também desaparecem e ele passa a trabalhar mais com
imagens em preto e branco. Antonio Dias reduz apenas a palavras suas
composições em grandes painéis em preto, chamados por ele de diagramas, nos
quais a palavra assume plenamente sua qualidade conceitual. Este artigo
analisará três imagens deste período e suas respectivas associações.
Palavras-chave: Espaço. Artes Visuais.Antonio
Dias.
Interfaces
poéticas computacionais baseadas em biosensores
Hosana Celeste Oliveira
Doutoranda em Arte,
Ciência, Tecnologia, IA-UNESP
RESUMO: No campo das poéticas computacionais tem se projetado uma rica área de pesquisa e de produção artística que dialoga, se informa e contribui diretamente com os Estudos da Consciência. Dentro desse campo, são inúmeros os tipos de interface e, para se referir a eles, vários termos têm sido utilizados, cada um deles focando diferentes formas de relação com o “usuário”. Independente da nomenclatura, ou do modo de entrada/saída de dados, o que essas interfaces têm em comum é que elas são pensadas levando-se em conta várias questões que se relacionam direta, ou indiretamente, com os Estudos da Consciência e, muitas vezes, materializam formas inovadoras de interação que resultam de aplicações de pesquisas das neurociências cognitivas/ciências cognitivas. O artigo pretende estudar o tópico interfaces poéticas computacionais baseadas em biosensores em suas relações com os Estudos da Consciência e, para isso, serão apresentados uma introdução sobre o assunto e exemplos de trabalhos que se relacionam com o tema.
Palavras-chave: Interface poética computacional.
Estudos da Consciência. Arte-ciência.
Cadeia operatória da cerâmica
manufaturada pelas artesãs PaiterSuruí
Jean-Jacques Armand Vidal
Doutorando em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO:
Análise comparativa da cerâmica de dois povos do tronco tupi da Amazônia, os
Suruí de Rondônia e os Asurini do Xingu, para averiguar, comparativamente,
aspectos morfológicos, decorativos, sociais e simbólicos a eles relacionados
assim como comparar processos e procedimentos na fabricação da cerâmica.
Abordaremos também o papel da cerâmica nestes povos, o uso dos vasilhames
cerâmicos no cotidiano, no ambiente doméstico e sua importância nas festas
ritualísticas. Outro aspecto abordado
será a história de vida das artesãs.
Faremos um levantamento
dos tipos de argilas empregadas na manufatura das peças, assim como o preparo
de suas pastas e verificar se ocorre ou não o antiplástico e uso de tempero na
massa. Procuraremos detectar a presença e uso de materiais como corantes
vegetais e minerais e os instrumentos utilizados nesta produção cerâmica.
Analisaremos a
tecnologia, morfologia, decoração pintada (banho, engobo, pintura monocromática
e policromática) e plástica (incisão, pressão, relevo, perfuração e apliques)
para detectar as diferenças e possíveis recorrências de técnicas de preparo das
pastas cerâmicas, formas e tratamentos de superfície ou ausência destes
elementos.
Palavras-chave: Cerâmica. Artesanato Indígena.Povos Tupi.
Artista Universidade
Lucas Ribeiro de Melo Costa
Mestrando em Artes Visuais ,IA/UNESP
Bolsista Capes
RESUMO: O artigo ressalta a necessidade de aliar a produção artística à pesquisa formal, de modo que potencialize e dê outras vias de entendimento da Arte, e não a conformação da práxis artística na estrutura inflexível da pesquisa acadêmica. Só quando há uma permeabilidade entre o artista e a universidade, torna-se possível o enriquecimento de ambos.
Desta forma, buscamos entender o que difere a pesquisa em Arte do método científico tradicional e suas proximidades (da Arte) com o pensamento sistêmico, que compreende um método complexo de pesquisa, sem a necessidade de ramificações de um todo, visando não perder ca-racterísticas essenciais, para uma contribuição original destes pesquisadores na universidade.
Palavras-chave: Artista. Arte. Sistematização.
Desta forma, buscamos entender o que difere a pesquisa em Arte do método científico tradicional e suas proximidades (da Arte) com o pensamento sistêmico, que compreende um método complexo de pesquisa, sem a necessidade de ramificações de um todo, visando não perder ca-racterísticas essenciais, para uma contribuição original destes pesquisadores na universidade.
Palavras-chave: Artista. Arte. Sistematização.
A estética Afro-brasileira de Carybé
Marcelo Mendes Chaves
Mestre em
Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo
RESUMO: O trabalho trata da plástica de Carybé, especificamente em suas
ilustrações e produções gráficas, no período compreendido entre 1950 e 1980. A
pesquisa desenvolvida sobre essa temática considera a mitologia e a
ritualística de origem negro-africana iorubá como uma das poéticas do artista,
aproxima sua imagética, em diferentes momentos, à manifestação do sistema
religioso do candomblé Queto por uma maior visibilidade e inclusão social e
procura pontuar os principais aspectos de sua construção a partir da segunda
metade do século XIX. O estudo envolve a análise do livro Os Deuses
Africanos no Candomblé da Bahia (1993); com base nessa produção, e
tendo como principal teórico Mariano Carneiro da Cunha, o debate sobre a
formação do candomblé Queto na Bahia amplia-se e possibilita uma interlocução
com a fotografia, literatura e música, destacando: Pierre Fatumbi Verger, Jorge
Amado e Dorival Caymmi. A partir de uma abordagem da história da arte
afro-brasileira e de uma perspectiva da antropologia estética, procuramos
compreender a produção de Carybé inserida na formação identitária do Brasil
Palavras-chave: Carybé. Arte Afro-Brasileira. Candomblé.
A identidade entre o sertão e o
deslocamento geográfico na metafóra do comer no filme Deserto Feliz dirigido
por Paulo Caldas
Márcia Plana Souza Lopes
Aluno
especial – Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Esta comunicação abordar o “sertão”, discutindo a temática da
prostituição no filme Deserto Feliz (2007),
longa-metragem de Paulo Caldas, a partir de metáforas no campo alimentício,
interessa verificar como o som, a fotografia, o movimento e o discurso se
interage no processo da montagem cinematográfica. Deserto Feliz é montado emflash
back, narrando as lembranças extraída dos olhos angustiando da
protagonista, Jessica (Nash Laila). Desta forma, observa-se que a sequência
inicial e a final se constitui da mesma cena – Jessica em Berlim (Alemanha) com
Mark (Peter Ketnak), jovem alemão, que lhe propõe uma vida sem prostituição em
terras estrangeiras. O roteiro cinematográfico compõe uma estrutura não-linear,
acarretando a circularidade ao discutir os prováveis problemas na busca do “eu”, da identidade e do desejo
de retomar o sertão pernambucando, principalmente na modernidade, após a
presença de recursos materiais como “industria, informática”, refletidos nas
ruas, nos carros, no caminhão, no rádio, na televisão e na própria Alemanha.
Para percorrer a análise desta cinematografia pensou-se usufruir dos recursos
do erotismo da descontinuidade à continuidade de George Bataille,
numa perspectiva de desvendar aspectos alimentícios como metáfora da
prostituição no trânsito entre o sertão e a “civilização”, bem como notificar
os elementos que consolidam o cinema brasileiro. Nesta perspectiva, o acento
recai ao sertão, configurando a passagem de um outro sertão. Este sertão
entremeia-se no paradoxo do título Deserto
feliz, em que se pauta na narrativa termos de interioridade/exterioridade,
aproximação/distanciamento entre o ser e o sertão.
Palavras-chave: Sertão. Identidade. Metáfora.
A
escultura religiosa do período colonial na capela da Venerável Ordem Terceira
Franciscana, em São Paulo
Maria José SpiteriTavolaro Passos
Doutoranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
Mozart Alberto Bonazzi da Costa
Doutorando
em Arquitetura, FAU/USP
RESUMO: A capela da Venerável Ordem
Terceira de São Francisco de Assis da Penitência, localizada no tradicional
Largo São Francisco, em São Paulo, abriga um conjunto de retábulos
remanescentes e representativos da primeira fase estilística do reinado de D.
João V sob a influência romana e do estilo Rococó. A configuração da atual
igreja atende ao projeto atribuído ao Frei Antoniode San’Anna Galvão, que
envolveu a construção do novo templo em obras realizadas por volta de 1787. A
área da antiga capela dos terceiros foi incorporada à nova construção e, em
razão da nova planta da capela, o retábulo-mor original, outrora consagrado a
São Francisco, teve sua posição alterada e passou a abrigar a imagem da
Imaculada Conceição. Para a capela-mor executou-se um novo retábulo no estilo
rococó, que passou a abrigar o orago da ordem e uma nova e monumental imagem do
Cristo Seráfico, de refinada fatura e que em muito se assemelha ao conjunto presente
na capela da mesma ordem na cidade do Rio de Janeiro. Neste momento em que toda
a capela paulista dos terceiros passa por um processo de restauro, apresenta-se
aqui a partir da análise de documentos e de um estudo comparativo entre
registros fotográficos tomados entre os anos de 1930 e 1950 e outros realizados
mais recentemente, durante as prospecções para as obras de restauro da capela
dos terceiros franciscanos de São Paulo, um estudo a respeito das relações
históricas e estilísticas entre as imagens e esses dois conjuntos retabulares,
verificando algumas entre as transformações ocorridas ao longo dos seus dois
séculos de existência, após reformas e obras de restauro. Pretende-se desta
forma oferecer subsídios para a realização de novos estudos dirigidos a este
conjunto arquitetônico e artístico que constitui um dos mais representativos
entre os remanescentes da talha e da imaginária presentes na cidade de São
Paulo desde o período colonial brasileiro.
Palavras Chave: Imaginária. Retábulo. Talha Ornamental.
São Paulo.
Reflexões
sobre pintura e a experiência do olhar
Maryana Lemos Nogueira Rela
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: O presente
trabalho parte de indagações suscitadas pela pesquisa de mestrado, ora em
desenvolvimento, na linha de Processos e Procedimentos Artísticos, em que as
questões tratadas têm origem na produção em pintura da autora. Apresenta
reflexões acerca do olhar e sua relação intrínseca com a produção pictórica,
focando especialmente na pintura realizada a partir de referência. Relaciona as
questões levantadas com o pensamento do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty,
principalmente a partir de seu ensaio O
olho e o espírito.
Palavras-chave: Pintura. Olhar. Percepção.
Intervenção urbana - Projeto Barcor - Estética tocantina
Maurício Adinolfi
Mestrando em Artes
Visuais, IA-UNESP
Bolsista Capes
RESUMO: Este artigo visa apresentar o processo de trabalho desenvolvido no Projeto BarcoR - estética tocantina, que foi uma residência artística realizada pelo artista plástico Mauricio Adinolfi em conjunto com a Associação de Barqueiros e parceria com artistas da cidade de Marabá/PA, resultando na pintura de 30 barcos.
É
proposta uma investigação dos procedimentos adotados no decorrer do projeto,
desde o primeiro contato com as lideranças locais até a prática de criação
conjunta. Serão abordadas as conexões desenvolvidas, as trocas de conhecimentos
e as negociações sociais/estéticas que permearam todo o processo de trabalho,
analisando as influências e desdobramentos a partir de uma relação dialética
entre construção e pulsão criativa.
Palavras-chave: Intervenção urbana. Processo
criativo coletivo. Residência artística.Estética relacional. Arte e sociedade.
Padronagem Japonesa: Cerâmica e Kimono
PatriciaYukiOmoto
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Os
Padrões/Padronagens tradicionais japonesas são uma parte importante do estilo
de vida no Japão e ainda hoje é parte indispensável dela. Está por toda parte,
nas vestes, no utensílios de cozinha, na decoração das casas, nos tecidos, nos
emblemas de família e na arte. Está inserido no cotidiano e é um registro
histórico da tradição e estética do país. S. Hibi (2001) define,“Padronagem
pode ser definida como uma ordenada, e muitas vezes um arranjo de repetição de
ponto, linhas, formas e cores”, S. Hibi também explica que os japoneses
consideram padronagem algumas figuras ou imagens por aparecerem
tradicionalmente inúmeras vezes ao longo da história como parte de um padrão,
apesar de não serem consideradas na definição literal da palavra. Podemos dizer
que a padronagem e/ou padrão é um ornamento, a palavra ornamento vem do latim: ornare, decorar, ornar, e ordinare, ordenar. Segundo R. Smeets, a ornamentação
é considerada uma das expressões mais antigas da criatividade humana, afirma
que teve início com a decoração do corpo, com riscos, faixas e outras formas
primárias na cerâmica. Com base em R. Smeets escolhi como suporte de estudo, a
veste tradicional Japonesa, o kimono, que serve como decoração do corpo e a
cerâmica que vem acompanhando a humanidade ao longo dos tempos. O objetivo
deste trabalho é pesquisar os tradicionais padrões/padronagens da cultura
japonesa, usando como suporte de estudo o kimono e a cerâmica. Estudar a
aplicação da padronagem com o uso de técnicas tradicionais de decoração e
técnicas contemporâneas de impressão em cerâmica e suas possibilidades.Essa
pesquisa se justifica por existir pouco estudo no Brasil sobre a padronagem
japonesa, tema de extrema importância, pois revela a história cultural e
estética de um país. Os padrões e desenhos em cerâmica e kimono servem como um
registro cultural.
Palavras-chave: Padronagem. Japão.Kimono. Cerâmica.
Pressagiar o tempo na pintura de Adriana Varejão: entre
o colonial e o coevo
Priscila Beatriz Alves Andreghetto
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO:
Tendência comum entre os artistas do Renascimento, do Maneirismo e do Barroco
era a de criar suas inspirações com base em convenções iconográficas, melhor
explicitando, valendo-se de uma descrição oral ou de uma cena cotidiana que
apresentasse alguns objetos, gestos, vestes entre outras características, era
possível diferenciar deuses, santos ou representações mitológicas, abstratas. A
influência dessas ideias se deu pela circulação de gravuras e livros
ilustrados, que eram os meios de informação do período colonial. Portanto, há
um forte componente desse período nas produções artísticas em Terra Brasilis.
Adriana Varejão explora a cor, a carga simbólica e as qualidades intrínsecas da
azulejaria colonial. Esse elemento fascina a artista, por sua dramaticidade e
cromaticidade; a artista usa como pano de fundo e tema de suas pinturas
abordando uma enorme gama de questões a partir dele como a história do Brasil e
da Arte, a pluralidade da pintura.
Palavras chaves: Barroco. Nacionalidade. Azulejaria.
Palavra e imagem:
diálogos da visualidade no livro de artista
Priscilla
Barranqueiros Ramos Nannini
Doutoranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Esse
artigo faz parte da minha pesquisa de doutorado que está em andamento, que é
sobre a relação palavra e imagem, dentro da poesia, artes e design. Assim,
elegi alguns artistas, poetas e designers que trabalhem com o livro de artista
em suas poéticas pessoais. O livro de artista é o fio condutor do caminhar
dessa pesquisa. Relatando suas relações entre verbal e visual no decorrer do
tempo e dos movimentos artísticos. Vou traçar diálogos entre a palavra e imagem
nessas linguagens, usando como exemplo obras de Aloísio Magalhães, Julio Plaza
e Augusto de Campos, Ronaldo Azeredo, Lygia Pape, Mira Schendel, finalizando
com um estudo de caso da trajetória de Edith Derdyk, que com suas amarrações,
costuras, escritas, percorre esse universo da palavra e da imagem. No artigo
começo definindo o termo livro de artista e discorro sobre as experimentações
visuais e as pesquisas de material. Delimito o tempo histórico da pesquisa
trabalhando no início do século XX, época da eclosão dos movimentos artísticos
modernistas, época de grande desenvolvimento dos recursos materiais e
pesquisas, o que possibilitou o uso desses mesmos recursos no design gráfico,
artes e poesia visual. Faço uma contextualização histórica, traçando os
precursores desta arte e sua relação com a poesia concreta e neoconcreta. Meu
recorte no Brasil se dá por volta dos anos 50, quando a poesia concreta está no
seu auge, poetas e artistas se unem para grandes experimentações visuais,
sonoras e da forma. Até chegar aos dias de hoje, citando alguns artistas que
trabalham com essa forma de arte na atualidade.
Palavras chaves: Imagem. Palavra. Livro de Artista.
O Bagaço da Pintura
Rogério Rauber
Mestrando em Artes Visuais,IA-UNESP
Mestrando em Artes Visuais,IA-UNESP
RESUMO: Dialogismo teórico e prático entre o conceito de
campo expandido (KRAUSS, 1984) e a nossa produção artística. Investigamos
estratégias de atualização de configurações pictóricas neste campo expandido,
problematizado consonante à noção de unidade complexa (MORIN, 2005), sob a
ótica de redes processuais da criação (SALLES, 2006) e focado em suas
potencialidades cognitivas. Descrevemos as questões que geraram os trabalhos da
série “O Bagaço da Pintura”, e as respostas emergentes, bem como as novas
perguntas que nos levaram à outra vertente da pesquisa: “PictoCartografias”,
também descrita e avaliada.
Palavras-chave: Campo Expandido. Complexidade. Processo Criativo.
Estudos de fenômenos em Media Art: forjando uma
Metodologia interdisciplinar
Rosângela Aparecida da Conceição
Mestre em Artes,IA-UNESP
Grupos de pesquisa cAt – IA-UNESP e GIIP-IA-UNESP/CNPq
RESUMO: Os estudos dos fenômenos em arte e tecnologia exigem, por vezes, a formulação de uma estrutura metodológica diferenciada, buscando abarcar as diversas camadas que envolvem as produções poéticas em Media Art. Como forma de atingir tal objetivo a interdisciplinaridade foi a característica principal da metodologia desenvolvida para elaboração da dissertação Mapeamento Mobile Art: propostas poéticas no uso de telefones celulares – 2001 a 2010, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Artes, do Instituto de Artes da UNESP, em junho de 2013. A estruturação desta metodologia levou em consideração os campos atingidos pelo conjunto de trabalhos analisados, que articulam e mesclam a pesquisa artística, pesquisa em ciências humanas, ciência da informação, arquivística, computação e artes visuais. Na seleção dos autores, buscamos conceitos da pesquisa em artes, vistos a partir de Silvio Zamboni (2006), da pesquisa-ação de Michel Thiollent (2009), da Teoria do Insight de Bernard Lonergan (2010) e da Teoria dos Sistemas de Ludwig Von Bertalanffy (2007). Trataremos aqui desta articulação, das possibilidades de aplicação e das dificuldades encontradas ao longo desta pesquisa.
Palavras-chave: Metodologia. Pesquisa Interdisciplinar. Media Art.
A evolução representacional do mito de
Pandora nas Artes Visuais e no Cinema
Rosangela Canassa
Mestre em
Artes, IA-UNESP
RESUMO: A proposta da palestra tem como
objetivo refletir sobre os processos de evolução representacional do mito de
Pandora nas Artes Visuais e no Cinema, bem como, analisar o seu aparato de
vinculações simbólicas na cultura contemporânea. Ao comentar sobre o filme “A caixa de Pandora”, a partir de um capítulo
da minha dissertação do Mestrado, intitulada “A caixa de Pandora: as deusas e o
feminino no cinema”, defendida em 2006, junto ao Programa, se justifica porque
o filme tornou-se um ícone do cinema expressionista alemão e portador de uma
narrativa atemporal e mítica, com a personagem Lulu, interpretada por Louise
Brooks. O filme também apresenta um cenário fantástico, que vai de Berlim, na
década de 20 e que volta no tempo a uma Londres, com seu fog encobrindo as ruas escuras, que sinaliza perigo. O filme em
conexão com pinturas, esculturas com o mito, pretende revelar que o mecanismo
produtor das imagens cinematográficas e das lendas mitológicas são meios da
expressão da vida humana.
Palavras-chave: Cinema.
Artes Visuais. Mito de Pandora.
Ateliê, fragmentação e sintaxe
Selma Daffre
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Este artigo e/ou comunicação pretende refletir
sobre as relações teóricas e práticas do processo da criação artística,
partindo do Urbano como campo de experiência poética e a Arte das Gravuras como
lugar da “memória” e “identidade”.
Intenta-se buscar uma perspectiva que proponha uma releitura desse
ambiente, no caso o bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, tornando
legíveis os sistemas de representação que aparentemente ignoram significados
imagéticos. A narração da sua linha de construção e concepção de ideias é
justificada através de associações e por meio da observação crítica. Nela são
estabelecidas relações entre os processos de criação - iniciados com a
apropriação e deslocamento da imagem - e seu desenvolvimento com apoio da
repetição, o que abre potencialidades construtivas do espaço urbano e
dialógicas com ele. O resultado de toda essa abordagem abre novas vertentes de
pesquisa e elaboração de trabalhos, transformados em projetos que, de certa
forma, sintetizam esta reflexão. O evento como objeto de trabalho e ponto de
partida, traz a reflexão da artista sobre sua produção, os procedimentos e
relações visuais das obras produzidas que materializam sua arte.
Palavras-chave: Cidade. Gravura. Memória.
Manchas de Calor
Talita Gabriela Robles Esquivel
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Doutoranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: O artigo trata do início da pesquisa plástica do
doutorado, realizada durante a disciplina Meios de Produção e Práticas Híbridas
na Arte Contemporânea, ministrada pelo professor Dr. Agnus Valente. O memorial
descritivo, entregue como trabalho final da disciplina, foi adaptado em formato
de artigo para esta publicação. A pesquisa foi realizada por meio da queima, em
forno à lenha, de manequins plásticos sobre suportes de metal. Paralelamente, é
feita uma experimentação com solda. Ou seja, a produção girou em torno do calor
e do formato do corpo, resultando em manchas nas placas de metal. A escrita, em
ordem cronológica, foca no processo criativo e se divide em duas partes: quanto
à produção física dos trabalhos e quanto aos resultados. Isto é, uma parte
discorre sobre o modo como foram feitos e outra, sobre os resultados visuais
dos trabalhos.
Palavras-chave: Queima. Mancha. Hibridismo.
História da
Alimentação através de imagens: representação, imaginário e simbologia
Tatiana Lunardelli
Mestre em Artes, IA-UNESP
RESUMO: A História da Alimentação é o tema desta comunicação. Para realizá-la optamos por apresentar uma linha de tempo que vai desde a Antiguidade Clássica, passando pela Idade Média na Europa, a Renascença e a Revolução Francesa, onde tivemos a invenção do restaurante, o aparecimento dos talheres, da importância da beleza da comida, da estética ao servir um prato, a mudança no formato das mesas e o cerimonial, envolvendo todo esse processo. Através de imagens de obras de artistas como Sandro Botticelli, Benedetto Caliari, Jan Brueghel, Pieter Brueghel, entre outros, mostraremos essas mudanças de comportamento envolvendo o ritual do banquete. No caso da mentalidade medieval, onde a gula e a gula e a luxúria eram colocadas lado a lado, São Tomás de Aquino (2005), apoiando-se em São Basílio, ao debater se a gula deveria ou não estar entre os pecados capitais – pois ela já que era considerada um pecado que leva a outros – especificava seis outros pecados que o excesso de comida iria certamente gerar: “alegria excessiva e inconveniente, grosseria, impureza, loquacidade e um incompreensível embotamento do espírito.” Também talvez a gula e a luxúria sejam pecados extremamente “visuais”, de fácil representação, ao contrário dos outros que se tornam extremamente difíceis pois são falhas mais interiores ou puramente psicológicas. Hieronymus Bosch no quadro O Juízo Final, coloca os glutões como comida, servidos como um gigantesco ensopado; já Pieter Brueghel, na ilustração chamada Gula, adverte na legenda sob os desenhos: “Afaste a embriagez e a gula, porque o excesso faz o homem se esquecer de Deus e de si mesmo”. No caso de Dante (1996), aos glutões cabe o terceiro círculo do inferno, região mais baixa que a ocupada pelos luxuriosos, apesar da semelhança entre esses pecados no aspecto de rompimento com a moderação e temperança. Estes serão alguns aspectos analisados durante a apresentação das obras.
Palavras-chave: Alimento.
Gastronomia. Arte.
Vidas
Secas: o figurino em cena
Teresa MidoriTakeuchi
Doutorado em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Este pequeno recorte propõe
buscar aproximações entre o texto literário e o texto visual no cinema, tendo a
figura do sertanejo no sertão como trama da tessitura narrativa e visual. Este
personagem sempre serviu de pano de fundo para falar de questões locais e ao
mesmo tempo universais no imaginário ficcional. Tais questões fomentam a
discussão estética do imaginário popular e o erudito, desde quando se podia
falar de cinema brasileiro em busca de uma identidade própria. Assim, o
espírito literário transposto para a linguagem do cinema será analisado na sua
estrutura simbólica, de maneira a identificar elementos constitutivos da
memória cultural de uma sociedade.
O objetivo principal deste artigo é verificar a maneira pela qual o cineasta
Nelson Pereira dos Santos recria cinematograficamente, no filme homônimo de
1963, o universo de signos verbais da obra literária de Graciliano
Ramos, Vidas Secas, de 1938, em
imagens. Este estudo tem o foco na caracterização do
personagem literário e o fílmico por meio do figurino, por ser este promotor de
uma leitura estética, histórica e sociocultural.
Palavras-chave:
Vidas Secas. Intertextualidade.
Narrativa Visual. Figurino no Cinema.
Imagens & histórias em arte terapia
Valéria Elisabete Rodrigues
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
Mestranda em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Este projeto visa promover experiências artísticas,
reflexões e pesquisa por meio de oficinas arte terapia investigando os efeitos,
desafios e descobertas da oferta de suportes artísticos às pessoas, usando como
exemplo o projeto de Extensão Universitária Art Inclusiva, realizado no Instituto
de Artes da UNESP- Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” na
cidade de São Paulo, entre os meses de fevereiro de 2011 a dezembro de 2012, e
outras experiências em arte terapia nos diferentes contextos de sua
aplicabilidade com grupos e na prática clínica. Analisar e compartilhar a
condução do processo artístico e terapêutico individual e grupal que tem como
objetivo facilitar o desenvolvimento humano e a transformação da realidade
através de experiências sensoriais e criativas.
Palavras-chave: Arte. Arte Terapia. Procedimentos Artísticos.
A Redescoberta da Arte Tumular de Alfredo Oliani nos cemitérios
paulistas
Viviane Comunale
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
Grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea – IA-UNESP/CNPq
Bolsista Capes
RESUMO: O
surgimento da arte tumular paulista em meados do século XIX promovem os
surgimento das marmorarias e dos artesãos italianos que logo se especializam
nesse segmento. No século seguinte com a chegada do modernismo é a vez dos
escultores acadêmicos, como Victor Brecheret, Leopoldo e Silva, Nicola Rollo e
Galileu Emendabili, que depois ficaram famosos por projetarem outro tipo de
monumentos. Outros artistas também se dedicaram a essa forma de arte, entre
eles o desconhecido Alfredo Oliani. O objetivo desta comunicação é apresentar
os passos desta pesquisa que busca redescobrir a arte deste talentoso artista.
Palavras chaves: Alfredo Oliani. Arte Tumular. Escultura.
“Agrippina é
Roma-Manhattan”, um ponto de partida para tratar de Hélio Oiticica
Yardena do Baixo Sheery
Mestranda
em Artes Visuais, IA-UNESP
RESUMO: Este
trabalho é o ponto de partida de um estudo em andamento sobre “Agrippina é
Roma-Manhattan” de Hélio Oiticica, curta metragem em formato super-8 com
duração de 16’27”, realizado em 1972. A obra, pouco referida tanto por aqueles
que estudam Oiticica quanto pelos que estudam o cinema brasileiro
alternativo/marginal nos anos 1970, é seu único filme de inclinação
verdadeiramente cinematográfica e também um ponto obscuro no conjunto das obras
do artista, no qual não encontra par ou variação como é comum nas outras obras.
O caráter de ponto de partida do trabalho que aqui se apresenta está justamente
na intersecção entre esta “inclinação” cinematográfica e o conjunto das obras
de Oiticica. A ideia é retirar a obra de seu contexto cinematográfico e
incluí-la no contexto das obras de Hélio, ou seja, ainda que em linguagem
totalmente diversa da que encontramos em todo o restante de seu trabalho e
ainda que apresentando uma série de elementos que parecem inéditos - narração,
figuração, personagem -, “Agrippina é Roma-Manhattan” aqui deverá servir de
ponto de partida para mostrar na obra de Hélio os momentos em que esta assume
contornos narrativos, especialmente em seus apontamentos que eventualmente
deixam de ser observações e assumem forma literária, com linha narrativa clara.
Ou seja, guardadas as características próprias da linguagem em cada obra, a
narração revela-se presente em parte considerável de sua produção e é um
recurso recorrente na sistematização de seu pensamento, ou seja, não é inédita.
Enfim, “Agrippina é Roma-Manhattan” serve aqui como ponto de partida para a
compreensão do conjunto de obras de Hélio Oiticica. Consequente e
dialeticamente, o trabalho proposto é também uma tentativa de compreensão do
filme e, antes de tudo, o despe de sua linguagem e passa a entendê-lo como uma
extensão das linguagens mais comuns à obra de Hélio. Estas linguagens, de outra
forma, tangenciariam sua produção cinematográfica, mas, neste ponto de vista,
são parte constituinte da mesma.
Palavras-chave: Hélio
Oiticica. Cinema Marginal. Newyorkaises.
Música
Alguns apontamentos sobre o ensino de música de concerto em projetos sociais
Camila Carrascoza Bomfim
Doutoranda em Música,IA-UNESP
RESUMO: Projetos sociais e música de concerto fazem parte da estrutura da cidade de São Paulo, e tem como princípio o aprendizado musical como instrumento gerador de transformações sociais. Muitos se valem da música de concerto como veículo deste aprendizado, através de orquestras e bandas jovens, entre outros. Ao se pensar não em cultura, mas em diversas culturas, produzidas por grupos distintos, pode-se observar que manifestações culturais típicas de determinados grupos são fruto não só da cultura de massa, mas também do que é escolhido e reconhecido por essas pessoas como manifestação cultural; este reconhecimento está vinculado a vários fatores, como tradição familiar, local, cultural, entre outras. Assim, a cultura dita erudita – na qual se insere a música de concerto – na maioria das vezes está vinculada as classes sociais mais ricas, não fazendo parte do cotidiano das classes populares. Remetendo ao conceito de capital cultural de Pierre Bourdieu, a aprendizagem musical que vincula a música de concerto à “boa música” pode cristalizar diferenças entre as camadas sociais, em processos que dificilmente serão revertidos. Cabe ponderar que a música de concerto faz parte da sociedade contemporânea, pertence e pode ser apropriada por qualquer camada social. Porém as diversas manifestações artísticas são experiências vivas dentro de um grupo social, se desenvolvem e se modificam junto com seus padrões estabelecidos, e não são, necessariamente, reconhecidas por comunidades que não as vivenciam. Afirmar a superioridade da música de concerto em relação à música praticada por comunidades populares pode impedir que processos dialógicos de aprendizagem sejam estabelecidos, reproduzindo as diferenças da sociedade.
Palavras-chave: Projetos Sociais. Música de Concerto. Educação Musical.
Na Pisada de Jackson do Pandeiro – Música e Mediação Cultural
Cláudio Henrique Altieri de
Campos
Doutorando em Música, IA-UNESP, Mestre em
Artes/Musicologia
RESUMO: A
pesquisa investiga a obra musical do intérprete e compositor Jackson do
Pandeiro (1919 – 1982), enfocando o período que se estende das décadas de 1950
a 1980. Apesar de figurar com destaque no âmbito da cultura popular brasileira,
Jackson e sua obra ainda não receberam um estudo sistematizado que busque
esclarecer aspectos relevantes de sua concepção musical, tais como: sua
interpretação vocal, marcada de forma singular pelo uso do elemento rítmico; as
características melódicas que mesclam os campos modal e tonal; e, suas relações
nos contextos social, histórico e cultural. Compreender estes assuntos é o
objetivo deste trabalho. A hipótese que se apresenta é que a trajetória
artística de Jackson configura-se como mediadora
em dois sentidos: entre a cultura musical tradicional/rural e a popular/urbana;
e, entre a memória da cultura popular brasileira e a obra de artistas
contemporâneos, que resgatam a música de Jackson ressignificando-a como parte
da Moderna Tradição Brasileira (ORTIZ). Para tanto, o trabalho se divide em
três partes: 1ª) estudo com enfoque histórico e social, procurando demonstrar o
processo de construção do personagem artístico “Jackson do Pandeiro” e de sua
produção musical; 2ª) discussão em torno do entendimento da obra musical de
Jackson como mediadora cultural, por
meio do diálogo com as ideias de autores como Martín-Barbero, García Canclini,
R. Williams (residual e emergente), P. Bourdieu (poder simbólico e legitimação cultural), R. Ortiz (moderna tradição brasileira) e M. Bakhtin (enunciado, gênero, estilo e dialogismo); e, 3ª) estudo do material musical, tanto em seus aspectos
técnicos, tomando por referência Tiné, Rocca, Schoenberg e Cook, como
da análise do caráter de mediação entre músico e ouvinte, com base nas ideias
de Bakhtin e A. Seeger.
Palavras-chave:Jackson do Pandeiro.Música e
Mediação Cultural. Coco e MPB.
Análise
de Cactus: peça do compositor Eduardo
Guimarães Álvares sobre poema de Alícia Duarte Penna
Diogo Lefèvre
Doutorando em Música, IA-UNESP
Bolsista CAPES
RESUMO: Esta
comunicação aborda a peça Cactus,
segundo movimento de Pétala Petulância
(1991/1992), obra de Eduardo Guimarães Álvares para voz e conjunto de câmara
composta a partir de poemas de Alícia Duarte Penna. Aqui se discute como se
deve analisar tal composição musical, levando-se em conta que ela toma como
ponto de partida um texto poético. A partir das reflexões e opiniões de Motte
(1968), Picchi (2010), Cone (1989), Stein; Spillman (1996), conclui-se que, se
de um lado um exame específico do texto literário é importante para que se
possa perceber como o compositor fez a leitura e interpretação do poema em
música, de outro lado um escrutínio dos aspectos intrinsicamente musicais se
faz igualmente necessário, pois a análise da obra demonstra que o compositor
também deu grande atenção a tais aspectos em sua criação.
O
exame da peça de Eduardo Guimarães Álvares, quando confrontado com a análise de
elementos do texto poético a partir de conceitos de Stein; Spillman (1996)
(“progressão poética”), Cândido (2006) (“linguagem figurada”) e Goldstein
(2001) (“nível lexical”), revela como o compositor interpretou e recriou
musicalmente o poema de Alícia Duarte Penna, com a realização de analogias
entre texto e música. Ao mesmo tempo, a abordagem da obra sob o ponto de vista
da elaboração motívica, tendo como referência Schoenberg (1993), e o escrutínio
da organização das alturas (elementos intrinsicamente musicais), realizado a
partir da Teoria dos Conjuntos de Allen Forte tal como conceituada por João
Pedro de Oliveira (2007), demonstram que o compositor teve também preocupação
em estruturar e unificar sua obra do ponto de vista da linguagem musical
autônoma. Assim, a análise da peça a partir da Teoria dos Conjuntos mostra a
existência de um Conjunto-Classe que é parte constitutiva de vários elementos
melódicos e harmônicos da obra e portanto serve como fator de unidade musical.
Palavras-chave: Análise Musical. Relação Texto-Música. Eduardo
Guimarães Álvares.
Adam Smith e Charles Avison: Teoria das paixões e a expressão
musical
Fabricia Piva
Doutoranda em Música,IA-UNESP
RESUMO: O objetivo deste trabalho é discutir teorias estéticas – britânicas – que desvelam ideias empiristas opostas aos postulados racionalistas das artes e da música no século XVIII. Os séculos XVII e XVIII foram marcados por intensas mudanças econômicas, políticas e atividades intelectuais, com ênfase na racionalidade que influenciaram diferentes pensadores e teóricos da música. A sociedade e a cultura se modificaram, surgem diferentes discursos principalmente filosóficos na área da Estética, e a música se prolifera com as salas de concertos, museus públicos e galerias, e neste ambiente aristocrático e tradicionalista nas primeiras décadas do século XVIII a música levantou questionamentos generalizados de desconfiança, principalmente a música instrumental que adquire espaço e autonomia, onde predominava a música vocal, regida pela arte retórica desde os tempos da cultura grega. A Arte imitativa, de Adam Smith (1723-1790), questio
na a falta de sentido da música instrumental, presumia-se que a falta da palavra, a arte musical representava afetos e paixões e a atenção não era para técnica musical, mas sim para os efeitos emocionais sobre o público, onde uma obra representa afetos sublimes, ideia que persistiu nos discursos filosóficos no iluminismo britânico. A música é uma arte imitativa que expressa paixões: teóricos como Avison (1670-1742) e Hutcheson (1694-1746) discutiram a relação entre música e expressão, para eles, a música é uma expressão sentimental e subjetiva, ou seja, a retratação dos sentimentos e paixões. Porém, Adam Smith, foi contra a ideia da imitação da natureza. A imitação em música é questionada, com ascensão da música instrumental. No iluminismo Britânico, o pensamento empirista, enfraqueceu a imitação em detrimento da expressão; o prazer, os efeitos e a beleza da música representavam o sublime e valem por si mesmos. A inclusão da música como uma forma de arte ou de representação imitativa da natureza, levantou diferentes questionamentos pelos pensadores do século XVII e XVIII a música torna–se mais expressiva e representa as paixões. Para Adam Smith, o poder da música de expressar emoções: é a liberdade de representar a música, em comparação com as outras artes, onde a imitação pode ser sugestiva, e tem a capacidade de criar impressões e sentimentos, traça correspondências entre música e expressão, e os sentimentos tem sua origem em nossas percepções e são recebidos pelos sentidos; ou seja, os efeitos da música são essenciais, e não apresentação mimética.
Palavras-chave: Imitação. Música. Expressão.Inglaterra. Século XVIII.
na a falta de sentido da música instrumental, presumia-se que a falta da palavra, a arte musical representava afetos e paixões e a atenção não era para técnica musical, mas sim para os efeitos emocionais sobre o público, onde uma obra representa afetos sublimes, ideia que persistiu nos discursos filosóficos no iluminismo britânico. A música é uma arte imitativa que expressa paixões: teóricos como Avison (1670-1742) e Hutcheson (1694-1746) discutiram a relação entre música e expressão, para eles, a música é uma expressão sentimental e subjetiva, ou seja, a retratação dos sentimentos e paixões. Porém, Adam Smith, foi contra a ideia da imitação da natureza. A imitação em música é questionada, com ascensão da música instrumental. No iluminismo Britânico, o pensamento empirista, enfraqueceu a imitação em detrimento da expressão; o prazer, os efeitos e a beleza da música representavam o sublime e valem por si mesmos. A inclusão da música como uma forma de arte ou de representação imitativa da natureza, levantou diferentes questionamentos pelos pensadores do século XVII e XVIII a música torna–se mais expressiva e representa as paixões. Para Adam Smith, o poder da música de expressar emoções: é a liberdade de representar a música, em comparação com as outras artes, onde a imitação pode ser sugestiva, e tem a capacidade de criar impressões e sentimentos, traça correspondências entre música e expressão, e os sentimentos tem sua origem em nossas percepções e são recebidos pelos sentidos; ou seja, os efeitos da música são essenciais, e não apresentação mimética.
Palavras-chave: Imitação. Música. Expressão.Inglaterra. Século XVIII.
Recepção e
Tradição no pós-guerra
João Gabriel Rizek
Mestrando, IA-UNESP
RESUMO: Dentro
do âmbito da estética musical, as pesquisas relativas à recepção das obras vêm
ganhando cada vez mais espaço no panorama mundial. O acento neste tipo de
estudo recai sobre as questões da resposta, da audiência e do que o musicólogo
Carl Dalhaus, seguindo Walter Benjamin, chamou de “pós vida” das obras
musicais. Trata-se portanto de uma investigação que busca os motivos
responsáveis pela inscrição ou obliteração de uma determinada obra do
repertório aceito. Este trabalho investiga, por sua vez, as razões que levaram
o serialismo integral a estabelecer-se como espécie de linguagem oficial nos
anos seguintes à Segunda Guerra. Inventado na década de 1920 por Arnold
Schoenberg e potencializado por seu discípulo Anton Webern, o serialismo -
então chamado de método dodecafônico - teve de esperar o armistício para ganhar
ampla divulgação. Logo após o término da guerra, iniciou-se a reconstrução da
Europa, movimento amplo, circunscrito não só às suas cidades em ruínas, mas
também a todo um conjunto de atividades que outrora designou o sentido maior do
que se entendia por “velho continente”. Reconstruir, nesse contexto,
significava injetar vida nova na economia, na política e na cultura. É nesse
contexto que o serialismo ganha nova vida.
Raros
os compositores que não trabalharam com o método no pós-guerra, indicando uma
tendência que extrapolou o continente europeu e os anos em questão. O painel
chama ainda mais atenção se não perdermos de vista o fato de que a concorrência
de linguagens naqueles anos era expressiva. Nas palavras do musicólogo Reginald
Smith Brindle: “Se a música tivesse que começar de novo em qualquer momento
prévio da história da música, dificilmente existiriam tantas alternativas, ou
tantos fatores irreconciliáveis e contrastantes quanto no final dos anos 1940”.
Para buscar as razões que levaram os compositores a enveredar por esta
alternativa, dentre tantas outras, seguimos os passos do então jovem compositor
e maestro Pierre Boulez. Sua influência nos fornece um ponto de vista
privilegiado para nossa investigação. Logo cedo fez-se arauto do movimento,
chamando para si a responsabilidade de estabelecer os critérios de
sobrevivência de seus pares e antepassados. Para tanto, Boulez tentou criar uma
novo cânone. Figurariam nele seus pares mais austeros e aqueles compositores
cuja linhagem a ele estava diretamente ligada. Esta operação, nada arbitrária,
tinha como objetivo legitimar sua prática e expandir sua área de atuação.
Seguir estes debates à procura das razões que ajudaram a legitimar o serialismo
é um dos métodos deste trabalho, para que assim possamos entender melhor como
nossas tradições se formam e como se dá sua recepção.
Palavras-chave: Tradição. Música Clássica.
Pós-Guerra.
Preparação para
a performance musical: estresse e ansiedade entre músicos cameristas
Leonardo Casarin Kaminski
Doutorando em Música, IA-UNESP
Profª Drª Sonia Ray, PPG IA-UNESP e PPG EMAC-UFG
RESUMO: A
presente comunicação apresenta uma pesquisa em andamento, sendo desenvolvida no
curso de Doutorado em Música do Instituto de Artes da UNESP. O projeto
desenvolvido aborda questões diretamente relacionadas com a preparação
psicológica do músico para atuação em público com músicos cameristas.
Considera-se que, o resultado de uma atuação no palco está atribuído às competências
durante a fase de preparação da performance pelo intérprete e somadas com as
interferências presentes no momento da apresentação, assim como a manutenção
psicológica durante estas etapas, como controle dos níveis de ansiedade e
estresse. O objetivo principal é conhecer as estratégias dos músicos cameristas
para estes controles psicológicos, gerando subsídios para embasar a premissa de
que existem níveis de ansiedades e estresse favoráveis a uma performance
musical satisfatória. A pesquisa de campo está sendo realizada, contando com
dados coletados pelo Inventário para Músicos Intérpretes de Dianna Kenny
(K-MPAI) e o Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp (ISSL)
publicados respectivamente em 2004 e 1996. As etapas para a realização da
presente pesquisa será dividida em: pesquisa bibliográfica; discussão de dados
apresentados pela revisão de literatura; pesquisa de campo; organização e
cruzamento de dados; discussão de dados coletados na pesquisa de campo;
apresentação de resultados. Em uma pesquisa preliminar realizada pelos autores
do presente projeto, chegou-se à conclusão que a preparação para o
enfrentamento do estresse e ansiedade é pouco abordada, formalmente, dentro da
academia de música. Mesmo assim, os fatores psicológicos tem frequentemente
afetado o desempenho entre os instrumentistas e cantores, independentemente do
nível de instrução.
Palavras-chave: Preparação para a Performance
Musical. Psicologia da Performance. Ansiedade e Estresse nos Músicos.
A Escrita para percussão
dos compositores do Grupo Música Nova
Ricardo de Alcântara Stuani
Mestrando, IA-UNESP
RESUMO: Esta
comunicação pretende apresentar a pesquisa “A Escrita para percussão dos
compositores do Grupo Música Nova”. Procuramos neste trabalho investigar a
notação musical dos compositores do Grupo Música Nova, tendo como referência a escrita para percussão. O
Manifesto Música Nova foi
um documento redigido no Brasil em 1963 pelo compositor e arranjador Rogério Duprat (1932-2006) e
assinado por Gilberto Mendes, Willy Corrêa de Oliveira, Damiano Cozzella, Julio
Medaglia, Régis Duprat, Sandino Hohagen e Alexandre Pascoal. Inspirado pelos
poetas concretos paulistas e pelos eventos da vanguarda musical européia, este
manifesto propunha uma renovação da linguagem musical através de princípios de
experimentação, incorporando elementos das linguagens poéticas, teatrais,
visuais e “utilizando novos grafismos, abolindo a notação musical tradicional”
(MENDES, 2007). O foco central da pesquisa será a obra para percussão dos
compositores Gilberto Mendes, Rogério Duprat e Willy Corrêa de Oliveira.
Palavras-chave: Notação Musical. Percussão.
Vanguardas. Grupo Música Nova.
Mersenne e Descartes nas teorias
musicais francesas do século XVII
Rodrigo Lopes
Mestrando, PPG – Música, IA-UNESP
RESUMO: O período que compreende o século XVII e a
primeira metade do século XVIII francês é marcado por um traço comum que
corresponde não somente a ideias artísticas ou técnicas; a questão social e sua
mentalidade, as ideias correntes, encaram a música como parte integrante de um
todo social e cultural, fazendo-a não gozar de uma independência dentro desses
domínios. A música era também integrada a um mundo cósmico e universal como um
todo, subjugada ao absolutismo monárquico, além de estar a serviço de Deus.
Servir ao monarca era servir ao ápice da hierarquia social. Esse período é
caracterizado como o da representação das paixões, a música a serviço da
palavra e da compreensão do texto literário. Essa representação segue uma teoria
das paixões, encontrada em sua origem na concepção platônica da alma e do
mundo; a maioria dos teóricos do século XVII acreditava que as proporções que
equilibram as diversas partes de nossa alma são semelhantes às proporções que
fundamentam o sistema musical. Assim, procura-se nesse trabalho observar
questões de retórica das paixões e especulação numérica, pela análise de
aspectos do pensamento de Mersenne que, tributário do platonismo e de Zarlino,
possui em seus escritos analogias com a ordem universal, e outras analogias
místicas e religiosas para validar suas ideias musicais, como, por exemplo, a
adoção de harmonia entre consonâncias, como descrito na Harmonie
Universelle, e aspectos do pensamento de Descartes que, em sua nova
concepção de ciência, e diferente dos outros, encara a música como algo por si
mesma, demonstrado em seu Compendium Musicae, que além de uma rede
de analogias e símbolos de acordo com as propriedades do som, avalia a recepção
e a percepção do ouvinte quanto aos fenômenos sonoros. Pretende-se observar
como o racionalismo cartesiano suplantou os outros pensamentos e de que maneira
ele se estabeleceu e se fortificou como marco na estética musical.
Palavras-chave: Números. Música
Francesa. Século XVII.
O
imaginário de professores de música de Barueri, SP: Trajetória metodológica de
pesquisa em andamento
Samuel Cintra Santos
Mestrando, IA-UNESP
RESUMO: Este
texto, que aborda parte da pesquisa de mestrado em andamento que realizo desde
2011, tem por objetivo descrever o percurso metodológico trilhado na coleta de
dados e inserção no campo empírico, contexto no qual o trabalho se desenvolveu.
Também será abordada a importância da permanente reflexão, por parte do
pesquisador, sobre todo processo no decorrer do seu trabalho durante a
pesquisa. Trata-se de um estudo qualitativo com sete professores de música, da
rede municipal de ensino em Barueri – SP, que atuam em quatro escolas de
período integral do ensino fundamental II. A pesquisa busca desvelar o imaginário desses professores sobre o
cotidiano musical dos jovens e as implicações desse imaginário nas suas práticas pedagógico-musicais. O estudo se
assenta em uma abordagem sociocultural da Educação Musical e desenvolve-se sob
a perspectiva do paradigma da
complexidade segundo Edgar Morin. Como técnicas de coleta de dados foram
utilizadas entrevistas semi-estruturadas, observações e análise de documentos.
Palavras-chave: Imaginário. Professores de
Música. Complexidade. Educação Básica.
Jovens
estudantes de música na cibercultura musical: Facebooke Educação Musical 2.0
Silvia Regina de Camera Corrêa
Bechara
Mestranda, IA-UNESP
RESUMO: Esta
comunicação trata-se de um projeto de pesquisa de Mestrado, que propõe a
realização de um estudo sobre as interações entre jovens estudantes de música e
a cibercultura musical na mídia social Facebook,
e suas implicações para a área de educação musical. Pretende-se desvelar se
o compartilhamento de material relacionado à música nas mídias sociais
contribui para as experiências e práticas musicais desses jovens. Segundo
Salavuo (2005), o rápido crescimento das mídias sociais, especialmente das
comunidades online sobre música nos últimos anos, deixou o campo da educação
musical “desavisado” sobre as mudanças nas práticas musicais cotidianas
decorrentes desta transformação. Conforme mostram estudos como os de Salavuo
(2005), Waldron (2011) e Reguillo (2012), há uma gama de experiências musicais
acontecendo no ciberespaço. Os internautas compartilham diversos tipos de
material relacionado à música (áudios, vídeos, imagens) através dessas mídias,
que, por sua vez, possuem uma estrutura que disponibiliza um espaço de
discussão a respeito daquilo que é compartilhado, gerando a interação entre os
usuários, propiciando um universo de aprendizagem e ampliação de conhecimentos
musicais. É esse ambiente que define o que nesta proposta é denominado
“cibercultura musical”. Baseada em recursos etnográficos virtuais (HINE, 2004),
a pesquisa será realizada com estudantes de música, jovens entre 18 e 29 anos.
A interpretação dos dados será fundamentada nos campos da ciberantropologia e
da perspectiva sociocultural da educação musical (JORGENSEN, 2011). Por fim,
será proposta uma discussão sobre aquelas interações e a formação musical
desses estudantes inseridos nesta cibercultura.
Palavras-chave: Juventude. Mídias Sociais.
Educação Musical.